Parceria com cooperativa é o primeiro projeto brasileiro de compensação de carbono na própria cadeia de valor. “Você está me dizendo que vou lhe vender o ar?” A pergunta foi feita a um representante da Natura por um membro da cooperativa Reflorestamento Econômico Consorciado Adensado (Reca), que reúne produtores rurais do distrito de Nova Califórnia, em Porto Velho (RO), e de regiões de entorno no Acre e no Amazonas. O questionamento sintetizou o espanto da comunidade local com a proposta da Natura: pagar para que a associação conciliasse o fornecimento de ativos como cupuaçu, açaí e andiroba com a preservação de áreas de floresta.
Evitar o desmatamento e a consequente emissão de gases de efeito estufa é objetivo da parceria idealizada pela Natura, com o apoio técnico do Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável da Amazônia (Idesam) e de outras organizações parceiras que atuam na região, como a Equipe de Conservação da Amazônia (Ecam), a Ação Ecológica Guaporé (Ecoporé), a Terras, a CooperAgrus e a RS Advogados. Em 2017, a Reca recebeu o primeiro pagamento por assumir o compromisso de preservar uma área de 5 mil hectares de floresta. O repasse de recursos – que é feito tanto individualmente para as famílias quanto para um fundo da cooperativa – é condicionado à entrega anual de emissões auditadas por uma terceira parte, independente. A intenção é chegar a 2038 com desmatamento zero. Carbono Circular As principais fontes de renda da região onde a Reca está localizada são a pecuária e a exploração madeireira, que fazem do desmatamento um sério problema. Por ano, 1,9% da vegetação da área é derrubada. No território que os integrantes da Reca decidiram preservar, esse percentual já caiu para 0,76%. A parceria com a Reca é mais uma estratégia do Programa Carbono Neutro da Natura (criado em 2007) e o primeiro movimento de compensação de carbono que ocorre dentro da própria cadeia de valor da companhia. Esse tipo de iniciativa (conhecida no exterior como “carbon insetting”), chamado na Natura de Carbono Circular, era inédito no Brasil. Tradicionalmente, as empresas compram créditos de carbono por meio de editais para selecionar projetos de compensação ambiental, que não têm relação direta com o próprio negócio. Metodologia pública A iniciativa cria um ciclo virtuoso, porque traz renda extra para os fornecedores dos ingredientes vegetais utilizados pela Natura, colabora para o aumento da resiliência da cadeia e contribui para a conservação de áreas florestais. A empresa tem como objetivo replicar o modelo em outras comunidades com as quais se relaciona na Amazônia. Como toda a metodologia desenvolvida para esse trabalho com a Reca está sistematizada e é pública, a iniciativa pode ser reproduzida por qualquer companhia, incluindo as concorrentes. Conversas com os produtores rurais O ponto de partida para a construção da parceria com a Reca foram três rodadas de conversa com os produtores rurais da associação, iniciadas em 2014. O objetivo dos encontros foi esclarecer questionamentos como o que abre este texto, garantindo que os agricultores tivessem espaços adequados e suficientes para compreender as propostas do projeto e avançar na construção de um acordo comercial entre empresa e associados. A Reca é uma comunidade muito importante para a Natura. Desde 2001, quando a companhia iniciou a compra de insumos da cooperativa, já foram repartidos R$ 10 milhões com a comunidade em função dos negócios gerados localmente. Clique aqui e conheça produtos que ajudam a manter a floresta em pé!
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